Filosofia
Será que tudo nos é permitido?
Será que não se pode fazer nada livremente?
Será que o homem não passa de uma marioneta com ilusões de liberdade? É nas situações particulares, que o homem tem experiência da liberdade. O homem concreto, identificável pelo nome e pelo rosto, vivencia situações, concretas também, e é nelas que sente o que é ser livre e se apercebe dos obstáculos que se opõem à realização daquilo que deseja.
Condicionantes físico-biológicas
Todo o homem é condicionado pela morfologia e fisiologia do seu próprio corpo.
Possuir um corpo saudável e vigoroso permite desenvolver atividades que um organismo frágil é incapaz de realizar. Todos sabemos, por exemplo, que as nossas capacidades de actuação divergem quando nos sentimos doentes, ou com saúde.
O corpo que possuímos, a integridade dos nossos órgãos internos, o equilíbrio do nosso sistema nervoso, o bom funcionamento do sistema glandular, na medida em que condicionam a energia psicossomática necessária para muitas das nossas atuações, são determinantes do modo como agimos e reagimos nas diferentes circunstâncias.
Toda esta estrutura físico-biológica depende de uma herança que nos foi geneticamente legada pelos nossos ancestrais. A hereditariedade é, por princípio, uma condicionante básica das nossas possibilidades de ação.
Diretamente ligadas à componente biológica do homem situam-se as motivações primárias que interferem também em todo o comportamento humano.
Na verdade, comer, descansar, dormir são atos que temos obrigatoriamente de realizar para preservarmos a nossa integridade orgânica. Para além disso, o grau de satisfação ou de insatisfação destas necessidades liga-se a condições fisiológicas que fazem variar as nossas atuações. E momentos existem em que a satisfação destas necessidades nos leva a condutas que efectuamos em detrimento de ações tidas como mais elevadas e essencialmente humanas. Deste modo, por mais altruísta que se