filosofia

1340 palavras 6 páginas
INTRODUÇÃO
Esta pergunta sempre formou um capítulo central das teorias filosóficas. Ela foi elaborada pelos gregos à luz da questão do cosmos, pelos medievais à luz de Deus Criador, pelos modernos à luz da Ciência e hoje esta questão se coloca à luz dos atos tecnocientíficos. Cada vez mais a ciência aliada à técnica, intervém diretamente na estrutura radical do ser humano, tentando definí-lo cientificamente
De um ponto de vista tecnocientífico podemos dizer que o homem é seu genoma. É uma definição muito perto de ser cientificamente exata: o homem é a totalidade de seus gens mapeados e conhecidos em suas funções.
Seria o homem somente isto? Deixou o homem de ser uma questão ontológica e teológica para reduzir-se a um desafio biológico? Que diz a ética? A definição científica e laboratorial do homem parece bater de frente com a meta física, a psicologia e a ética. Este conflito, de fato, revela nossa ignorância sobre nós mesmos. Max Scheller já dizia no início do século: "Na história de mais de 10.000 anos, pela primeira vez o Homem tornou-se problemático para si mesmo. O Homem não sabe mais quem ele é e se dá conta de não sabê-lo". Já não temos do Homem uma definição global e de aceitação universal como na Grécia e na Idade Média; mais gravemente, não sabemos definir o que é o ser humano embrionário ou fetal e o ser humano adulto em estado de inconsciência irreversível.

A metafísica

O conceito de pessoa não foi elaborado pelos gregos mas pelos pensadores cristãos. É de Severino Boécio a famosa definição: "a pessoa é o indivíduo subsistente numa natureza racional". Em termos de hoje, esta definição pode ser expressa assim: pessoa é a união do espírito com o corpo, ou seja, o espírito define a especificidade humana. Portanto, a alma racional nos diferencia radicalmente dos outros seres vivos. Esta diferença é tão profunda que demanda uma intervenção divina. De fato, para os pensadores medievais, a alma, sendo espiritual e imortal,

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