Filosofia
Behaviorismo radical, epistemologia e problemas humanos
Jair Lopes Júnior
Professor assistente do Depto de Psicologia/FC
O Behavirosimo Radical, seguramente, apresenta-se como uma das mais polêmicas abordagens dentre aquelas de maior projeção no âmbito da psicologia durante o presente século. O não menos polêmico e principal proponente desta abordagem - B.F. Skinner -sucitou, através de vasto legado bibliográfico (científico e filosófico), as mais diversificadas críticas e posicionamentos.
O ideal de constituição de uma ciência do comportamento humano, fundamentada na predição e controle do seu objeto de estudo, certamente encontraria notórias resistências. Skinner ocupou-se, ao longo de sua carreira, em identificar e caracterizar posicionamentos antagônicos a este ideal, reconhecendo que "o comportamento é uma matéria difícil, não porque inacessível, mas porque é extremamente complexo. Desde que é um processo e não uma coisa, não pode ser facilmente imobilizado pela observação" (Skinner, 1953/1981; p. 27).1
Parece-nos que a compreensão do conjunto de argumentos que caracterizam a proposta epistemológica de Skinner poderia ser significativamente facilitada e aprimorada, não apenas pelo desenvolvimento de técnicas didáticas para o ensino e valorização de atitudes científicas, de atitudes compatíveis com a busca sistemática da regularidade, da uniformidade, das relações ordenadas entre os eventos da natureza. Igual relevância deve também ser atribuída ao trabalho de leitura cuidadosa e minuciosa da natureza e do alcance das propostas de Skinner. Trabalho esse comprometido com a identificação das propostas que tornam o conhecimento do Behaviorismo Radical algo pertinente para uma