FILOSOFIA
Quando sonhamos com o amor, não sonhamos com tristezas, menos ainda com dor. Sonhamos com beijos, noites enluaradas e momentos a dois. Sonhamos com felicidade eterna e sem defeitos.
Mas quando o amor chega, ele nos desnuda. E quanto mais se apossa de nós, mais nos desnudamos. Nos tornamos expostos, à mercê do outro, que toma pra si nossas vontades. Nos tornamos transparentes.
Não se esconde de ninguém olhos amorosos. O amor transparece em nós como se estivesse escrito em grandes letras e todas as línguas. Daí nossa fragilidade diante de um sentimento tão grande.
A outra pessoa fica dona do nosso sorriso, ela controla nossa tristeza. Não conscientemente. Somos nós que, segundo palavras ou gestos, reagimos assim. E o amor dói em nós profundamente.
Mesmo no auge da felicidade, ele dói ainda. Dói de saudade, de medo de perder.
Deveria não ser assim. Deveria ser felicidade sem fim, sem altos e baixos. Sem lágrima derramada. Mas... teria o mesmo gosto? Seria o amor tão maravilhoso se não houvesse essa possibilidade de perda que faz com que nos agarraremos a ele com mais intensidade ainda?
Amar dói e é perfeito que seja assim. As rosas têm espinhos e é exatamente esse contraste que fascina tanto.
E eu posso ainda espetar o dedo e até sangrar. Mas jamais deixarei de amar uma rosa!
Posso ainda estar desnuda de mim, sentir frio ou calor, mas ainda assim vou me entregar ao sentimento quando ele me acenar.
Posso ainda chorar ou sorrir, querer morrer ou querer viver, mas esse caminho não quero evitar.
Não evitarei minhas dores, porque um minuto de felicidade a dois cobre (e com juros!!!) todas as dores do mundo!...
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