Filosofia
Platão faz Sócrates pronunciar no diálogo Górgias as seguintes palavras: “Creio ser eu dos poucos atenienses, para não dizer o único, que tenta realizar a verdadeira arte política e o único, entre os contemporâneos, que a pratica.” A “verdadeira arte política” é a arte que “cura a alma” e a toma o mais possível “virtuosa”, sendo, por isso, a arte do filósofo. Assim, a tese que Platão amadureceu a partir do Górgias e expressou tematicamente em A República é precisamente a da coincidência da verdadeira filosofia com a verdadeira política. Apenas na condição de o político se tomar filósofo (ou vice-versa) é que se toma possível construir a Cidade autêntica, ou seja, o Estado verdadeiramente fundado sobre o valor supremo da justiça e do bem. É óbvio, porém, que estas teses se mostram plenamente inteligíveis apenas mediante a recuperação de seu sentido histórico e, de modo particular, através da recuperação de algumas concepções tipicamente gregas: a) o sentido antigo da filosofia como “conhecimento do todo” (das razões supremas de todas as coisas); b) o significado da redução da essência do homem à sua “alma” {psyché); c) a coincidência entre indivíduo e cidadão; d) a Cidade-Estado como horizonte de todos os valores morais e como única forma possível de sociedade.
Nicolau maquiavel
É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna,1 pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o governo como realmente são e não como deveriam ser. Os recentes estudos do autor e da sua obra admitem que seu pensamento foi mal interpretado historicamente. Desde as primeiras críticas, feitas postumamente pelo cardeal inglês Reginald Pole,2 as opiniões, muitas vezes contraditórias, acumularam-se, de forma que o adjetivo maquiavélico, criado a partir do seu nome, significa esperteza, astúcia, aleivosia, maldade.
Tomas hobbens
De acordo com Hobbes, tal sociedade necessita de uma autoridade à qual todos os membros devem render o suficiente