filosofia
Agostinho é considerado um dos maiores pensadores do cristianismo. Ele fora o primeiro intelectual cristão que possibilitou uma síntese entre fé e razão. Para ele, a fé havia recebido da razão toda a clareza necessária para a sua autocompreensão, ao passo que a razão havia ganhado estímulo e impulso da fé. Havia chegado o momento de diálogo entre a fé a inteligência humana, por séculos desprezado por muitos padres da Igreja, sobretudo nos primeiros séculos onde se encontram filosofia helenística e cristianismo.
Para que melhor se conheça a grandeza e a profundidade da sentenção agostiniana, faz-se mister conhecer os elementos que influenciaram na construção de seu pensamento. Somente situando e contextualizando suas experiências torna-se possível chegar às raízes de sua síntese.
É interessante perceber que Agostinho situa-se na passagem do mundo greco-romano para a Idade Média, cujo valor preponderante é o cristianismo. De certo modo, ele próprio representa essa passagem. Alimentou-se dos resquícios da cultura helênica para depois, converter-se à fé cristã. Ao romper com o passado, introduzindo uma noção de Deus alheia à filosofia de até então, Agostinho o faz de um modo que caracteriza uma certa continuidade da tradição filosófica.
No período anterior à sua conversão ele teve contato com as obras de Cícero, as categorias de Aristóteles e foi arrastado pelos maniqueístas. Depois recebeu uma forte imfluência do neoplatonismo de Plotino. Sendo assim, por muito tempo Agostinho trilhou pelos caminhos dessas diversas tendências filosóficas do seu tempo. Após a decisiva influência do Bispo Santo Ambrósio, ele passaria a novos horizontes que indicariam o caminho da fé. A experiência da fé tornou-se a substância de vida e de pensamento. Esimulado e comprovado pela fé, seu pensamento adquiriu nova estatura e nova essência. “Nascia o filosofar-na-fé, nascia a filosofia cristã, amplamente preparada pelos padres gregos, mas que só iria