filosofia
Reposta 01: Na aula de 7 de fevereiro de 1976, Foucault aborda a temática do poder e da genealogia, relacionando-as de forma antagônica. A genealogia pretende inserir nos saberes eruditos, ditos teóricos e revestidos de cientificidade, os saberes desqualificados, não legitimados, que, muitas vezes, fogem ao senso comum, mas que não perdem relevância no estudo histórico de um objeto ou fenômeno. Os genealogistas ao invés de tentar classificar os saberes como mais ou menos importantes, preferem analisar as relações de poder que os hierarquizam, buscando a causa dessa preferência de certos conhecimentos em detrimento de outros. A genealogia vem muito mais para negar essas relações de poder que condicionam a construção do conhecimento arbitrariamente. Segundo o autor, a realização das pesquisas genealógicas só e possível com condição de "que fosse revogada a tirania dos discursos englobadores, com sua hierarquia e com todos os privilégios das vanguardas teóricas”.
02. É cabível afirmar que a obra “A verdade e as formas jurídicas” contempla os estudos genealógicos? Fundamente.
Resposta 02: No texto "A verdade e as formas jurídicas", o autor estabelece, inicialmente, o estudo histórico do inquérito, relacionando acontecimentos pontuais, restritos a determinados locais e culturas com as formas eruditas de conhecimento. É cabível afirmar que o texto segue fundamentos genealógicos por acoplar tanto saberes revestidos de cientificidade, quanto acontecimentos e costumes que fogem ao senso comum, ou que foram deixados de lado em detrimento de outros. Exemplo: Foucault exemplifica ao longo do texto diversas formas de julgamento e resolução de litígios pouco conhecidas mundialmente que são fundamentais para a construção de uma visão mais ampla sobre o tema. Ao mesmo tempo, ele orienta sua investigação, também, pela análise das principais correntes de pensamento, tidas como responsáveis pela formação teórica do