Filosofia e ética
Por mais misterioso que seja sabermos por que motivo somos seres morais, percebemos que ninguém nasce “moral”. O ser humano, no processo de se tornar humano, vai se tornar um ser moral. Ninguém nasce sabendo que esta submetido a regras. Por isso mesmo , ninguém até certa idade, é responsabilizado nem moral nem juridicamente por aquilo que faz, É com a educação, ou seja, de forma bem geral, com a convivência humana, e com isso adquirem um senso moral, um senso de limite, um senso de responsabilidade. É pela convivência que percebemos que há normas para o comportamento, há o certo e o errado na relação com os outros. Nos primeiros anos de vida, os seres humanos vivem uma situação pré-moral , em que predomina a anomia (ausência de leis). Depois, lá pelos três quatro anos, a criança vive sobre tudo uma heteronomia (vive e percebe que algum outro-heterós, determina uma lei nómos).Só mais tarde, em geral por volta dos sete anos de idade, surge alguma autonomia (lei feita por ele mesmo - autos em grego).
Por isso podemos dizer que os seres humanos se tornam seres morais através da educação, independente de qual seja ela, e que, se não houvesse educação, convivência com outros seres humanos, estes não se tornariam seres morais. Algo parecido com estas observações, feitas por estudiosos recentes como Jean Piaget (1896-1980) e Lawrence Kohlberg (1927-1987), está na base da secular tradição cristã, que afirma que só a partir dos sete anos é possível alguém "fazer um pecado", e, portanto, que só a partir dos sete anos podemos fazer o bem. Isso é o mesmo que dizer que só a partir daí somos sujeitos morais: seres conscientes de si e dos outros; seres dotados de vontade ou de controlar desejos ou impulsos; seres responsáveis, respondendo pelos próprios atos; em suma, seres livres, seres capazes de escolher entre várias possibilidades, mas, sobretudo capazes de autodeterminação, dando a si mesmo as normas de comportamento. Por outras palavras, só posso fazer o mal