Filosofia a ciencia
Telma Castro
Coordenadora na Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, com atribuições vinculadas a políti-cas sociais. Formada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Goiás, bacharelanda no curso de Direito do UniCeub, Brasília
Em Filosofia da Ciência. Introdução ao jogo e a suas regras, Rubem Alves faz um alerta para a necessidade de se desmistificar o cientista, considerado superior, por si, pela classe e pela grande maioria das pessoas comuns, dado ao seu trabalho em busca da verdade, do conhecimento e do desenvolvimento da ciência.
A obra é dividida em onze capítulos, os quais, gradativamente, vão conduzindo o leitor ao mundo da ciência, em um raciocínio bem estruturado, lógico e didático. Ao longo dos temas tratados, são inseridos exemplos, questionamentos e jogos, em uma contínua interação com o leitor. Também sobressaem as críticas, compara-ções entre pensadores e cientistas e as conclusões a que conduz o raciocínio desenvolvido.
Nos dois primeiros capítulos (O Senso Comum e a Ciência - I e II), a curiosidade do leitor sobre o tema é pro-vocada de início, ao se deparar com perguntas e exemplos que o levam a compreender as diferenças básicas entre senso comum e ciência. Aqui, o senso comum não recebe uma definição específica, mas apenas uma inferência a partir da definição de ciência. Em sendo esta uma "especialização, um refinamento de potenciais comuns a todos", o senso comum seriam "as receitas para o dia-a-dia, bem como os ideais e esperanças que constituem a capa do livro de receitas", ou, na qualificação dos cientistas, "pessoas que não passaram por um treinamento científico". O autor sugere, ainda, e de forma enfática, o risco de que a especialização, aí entendi-da a ciência, se transforme em uma "perigosa fraqueza", de vez que ela, se mal aplicada, pode contribuir para uma atrofia do pensamento dos não-cientistas, além de limitar a visão do todo pelo