filosofia e ciencia
No século XVII, a partir da revolução metodológica iniciada por Galileu, as ciências particulares começam a delimitar seu campo específico de pesquisa. Pouco a pouco,desde esse período até os tempos atuais, ciências como a física, astronomia, química, biologia, psicologia, sociologia,economia etc. se especializam e investigam "recortes" do real.Apesar dessa separação entre o objeto da filosofia e das ciências, o filósofo continua tratando da mesma realidade apropriada pelas ciências, uma vez que jamais renuncia a considerar o seu objeto do ponto de vista da totalidade. Como vimos, a visão da filosofia é de conjunto, ou seja, o problema nunca é examinado e modo parcial, mas sempre relacionando cada aspecto com os outros do contexto em que está inserido.Se a ciência tende cada vez mais para a especialização, a filosofia, no sentido inverso, quer superar a fragmentação do real, daí sua função de interdisciplinaridade, buscando estabelecer o elo entre as diversas formas do saber e do agir.A filosofia ainda se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objeto: em todos os setores do conhecimento e da ação, a filosofia está presente como reflexão critica a respeito dos fundamentos desse conhecimento e desse agir. Por exemplo, se a física ou a química se denominam ciências e usam determinado método, não é da alçada do próprio físico ou do químico saber o que é ciência, o que distingue esse conhecimento deoutros, o que é método, qual a sua validade, e assim por diante. Eles até podem dedicar-se a esses assuntos, mas,quando o fazem, estão colocando questões filosóficas. O mesmo acontece quando, por exemplo, o psicólogo define o conceito de liberdade, o que já significa fazer filosofia.Mais uma diferença entre filosofia e ciência: osresultados das investigações científicas e a suaverificabilidade permitem uniformidade de conclusões e, com isso, a ciência adquire maior objetividade. Nesse sentido, a ciência trabalha com