Filosofia Política: Resumo do Livro
GENEALOGIA
A Antigüidade clássica caracterizou-se pelo uso intensivo da palavra, em que se combatia a doxa e enaltecia-se a verdade e a justiça. Os filósofos, tais como Platão e Aristóteles, davam atenção especial à Cidade, ponto de convergência das atividades humanas. Na forma de governo platônico, o filósofos ocupam lugar de destaque: são os timoneiros do navio, os pastores conduzindo o rebanho, os médicos aconselhando os doentes.
A Idade Média caracterizou-se pela predominância da Divindade na ordenação da coisas terrenas: primeiro os clérigos; depois os reis. Essas ordenações foram, inicialmente, extraídas do pensamento de Santo Agostinho que, em A Cidade de Deus, dá-nos a impressão que somente os padres seriam capazes de interpretar a vontade divina acerca da boa administração terrena. Posteriormente vieram os reis, imbuídos de poder divino, tendo como princípio fundamental a citação de Paulo: Non est potestas, nisi a deo, que se traduz por "Todo o poder vem de Deus".
O Século XVI-XVIII baseou-se na defesa do direito natural e da vontade geral. Este período começa com as divergências de Lutero e Calvino com relação aos ditames do Clero Romano. No âmbito da filosofia política, destacam-se os contributos de Hobbes, Espinosa, Locke, Montesquieu e, principalmente, os de J. J. Rousseau, no seu Contrato Social. Para Rousseau, a vontade geral supõe que cada um (e não grupos, facções, partidos) se dê inteiramente, no ato de formação do povo pelo qual a vontade geral se engendra, e cuja soberania exprime a legitimidade.
A dicotomia entre a razão e as violências da história fundamenta o Século XIX. Há necessidade de se reformular os conceitos de súdito, cidadão, Estado, Nação etc. Diversos filósofos dão a sua contribuição. Entre eles, Hegel nos diz que o Estado não pode ser fruto de um contrato, mas muito mais atitudes de educação do cidadão. O positivismo de Comte, ao elaborar um coexistência pacífica entre a ordem