Manual Inteligente
Quando conheci esse livro e o identifiquei como um manual de filosofia, fiquei desconfiado: afinal, pode-se categorizar a filosofia? Como enquadrar as ideias e conceitos milenares do pensamento humano em “caixinhas”? Como classificar o inclassificável, delimitar essências, fixar estruturas para essa área do conhecimento? Querem "objetivizar" a subjetividade? Temi que transformassem a filosofia em receitinhas de bolo, o que me soou como uma estratégia perigosa de banalização do conhecimento e, o que é pior, um jeitinho meio safado de comercializar livros.
Entretanto, o projeto editorial me pareceu muito convidativo pelo uso inovador de recursos gráficos criativos, plenos de cores, fotos e diagramas. E esse é um atributo genial do livro: em lugar de textos, puramente textos, os editores facilitaram o acesso aos mais diversos temas filosóficos promovendo o casamento entre esse ágil projeto editorial de imagens, esquemas, tabelas e... bons textos produzidos por sérios profissionais da filosofia, formados majoritariamente em universidades britânicas de renome.
Aos poucos, percebi que esse manual poderia funcionar como facilitador do acesso à filosofia para jovens e pessoas que pouco ou nada conhecem sobre o assunto.
Mas mesmo aqueles que já tiveram algum contato com a filosofia e até professores da área podem se beneficiar da obra para refletir. A maioria dos resumos e compilações encontradas no livro são bem realizados, capazes de conduzir os já iniciados à reflexão e à crítica sobre fatos da história da filosofia e sobre as contribuições de cada filósofo para essa área do conhecimento humano.
Alguns resumos são tão bem realizados que me proporcionaram reflexões que eu não tinha conseguido alcançar lendo diretamente as obras de determinados pensadores.
Compilar pode ser mesmo uma arte. O próprio resumo da história da filosofia em cada época – mundo antigo, medieval, renascença, etc. – é bastante eficiente. Ele nos