Filosofia Do Iluminismo Resumo
No Prefácio, ao Iluminismo é associada a proposta de uma filosofia com mais liberdade e mobilidade, mais concreta e viva do que um sistema metafísico ou a filosofia entendida como simples reflexão. Cassirer lembra também que o Romantismo fez uma leitura negativa do Iluminismo, cuja filosofia teria sido considerada trivial.
No Cap. I. O Pensamento na Era do Iluminismo, o filósofo alemão ressalta que o Iluminismo teve forte interesse na razão e em como se dá o progresso intelectual. Mas isso ocorre de uma maneira peculiar: Newton teria sido preferido em detrimento de Descartes, assim como a física moderna em relação à filosofia. Os iluministas dão mais valor às ciências modernas do que à tradição filosófica. Não lhes interessa mais apenas a dedução, mas principalmente a observação e a experiência, o que teria levado a uma revisão na teoria do conhecimento, com os interesses se deslocando dos princípios em direção ao particular e aos fenômenos, o que já vinha se desenhando no século passado. Nesse longa passagem, Cassirer reflete sobre o novo conceito de razão que se estabelece no período:
A potência da razão humana não está em romper os limites do mundo da experiência a fim de encontrar um caminho de saída para o domínio da transcendência, mas em ensinar-nos a percorrer esse domínio empírico com toda a segurança e a habitá-lo comodamente. Uma vez mais, manifesta-se aqui a mudança de significação característica que a ideia de razão sofreu em relação ao pensamento do século XVII. Para os grandes sistemas metafísicos seiscentistas, para Descartes e Malebranche, para Spinoza e Leibniz, a razão é a região das “verdades eternas”, essas verdades que são comuns ao espírito humano e ao espírito divino. O que conhecemos e do que nos apercebemos à luz da razão é “em Deus”, portanto, que o vemos imediatamente: cada ato da razão assegura-nos a nossa participação na essência divina, franqueia-nos o acesso ao domínio do inteligível, do