Filosofia e história
INTRODUÇÃO A UMA FILOSOFIA DA RELIGIÃO
A filosofia da religião tenta esclarecer a possibilidade e a essência formal da religião na existência humana. Em outras palavras, estuda a consciência do homem e de sua autocompreensão a partir do absoluto enquanto atingível pela inteligência.
O ato filosófico não fundamenta a existência humana, mas tenta esclarecê-la, assim também a filosofia da religião não fundamenta, nem inventa a religião, mas tenta esclarecê-la, servindo-se das exigências propriamente filosóficas. Tematiza, pois, a relação do homem com o santo ou numinoso no horizonte da autocompreensão humana.
1.1. Iluminismo e religião
A religião não é fenômeno situado fora do tempo. Não esclarece problemas eternos, mas os que se colocam em determinadas circunstâncias. Hoje nos defrontamos com problemas radicados o iluminismo ou derivados. Com Hegel, podemos caracterizar toda história a maneira de processo progressivo da tomada de posse pelo homem de sua liberdade. Essa história da liberdade entrou em nova fase no começo da era moderna, quando a liberdade e o pensamento se tornaram conscientes e críticos acerca de si mesmos. Como se sabe, Kant descreveu o iluminismo como “a saída do homem da sua minoridade culpada. A minoridade é a incapacidade de servir-se do próprio entendimento sem a direção de outrem...Sapere aude! Tem a coragem de servir-te do teu próprio entendimento”! Tal é o lema do iluminismo!” (Crítica da razão pura).
O iluminismo ainda não está ultrapassado. Surge como um processo que perpassa toda história espiritual do Ocidente. Representa, antes de tudo, um processo de emancipação.O homem liberta-se da tutela da autoridade e da tradição. Quer ver, julgar e decidir por si mesmo. O homem torna-se ponto de referência da realidade, transformando-se em medida do homem e do mundo, o qual é pensado a partir do homem e projetado para o homem.
A virada antropológica moderna modificou,