Filosofia de Marx
Essa pergunta já recebeu variadas respostas. Para alguns, a obra de Marx é uma teoria da revolução aplicada à análise do capitalismo. Para outros, é uma filosofia que analisa a economia. Existe ainda aqueles que afirmam ser O Capital um tratado de Economia, com uma visão filosófica. A variedade de abordagens é sinal de quanto a obra de Marx é complexa. Nos livros de nosso filósofo se entrelaçam filosofia, ciência, economia e política. Marx não tem a pretensão de fazer uma filosofia “pura”, separada da história e da cultura das sociedades. Ele criticava os filósofos que até então pensavam apenas em dar uma explicação sobre o mundo, em interpretá-lo. A única filosofia que Marx aceitava era aquela que conduzia a uma atuação prática. Os filósofos burgueses, dizia, preferiam encerrar-se em idéias abstratas, metafísicas, e sempre tiveram muito medo de associar a sua teoria à prática. Por isso esses filósofos não aceitavam Marx, nem como filósofo nem como um educador de uma ação política e libertadora. Procuravam reduzi-lo apenas a uma dimensão de técnico em Economia ou ativista político. Analisando a história do pensamento, Marx demonstrou que, ao contrário do que defendiam os metafísicos, a filosofia sempre esteve associada à vivência das classes sociais em conflito. Desta forma, dizia, as idéias dominantes de uma época representam sempre as idéias da classe que domina economicamente aquela sociedade. A filosofia é, a nível das teorias, uma manifestação de conflito entre classes no interior de uma sociedade. Para Marx a filosofia nunca é “neutra”, “pura”; ela está ligada a interesses políticos e econômicos. Essa é uma noção tipicamente marxista. As análises de Marx demonstram que existe uma relação entre teoria e prática, que a filosofia prepara para a ação e só na história atinge sua dimensão real. Isso não quer dizer que antes de Marx a filosofia não fosse prática, mas essa dimensão era disfarçada, negada.
Então, o que é