filosofia da paisagem
No passado, certos climas podem ter sido favoráveis ao desenvolvimento de uma cobertura vegetal contínua que não se teria desenvolvido sem a existência de vegetais superiores. É o que certamente acontecia no Pré-Câmbrico, Câmbrico e Silúrico.
Quando ocorre uma alteração de clima, a cobertura vegetal não se altera necessariamente ao mesmo ritmo que o clima. As plantas anuais que não podem subsistir naquelas condições são as primeiras a desaparecer ou a emigrar para outras zonas que lhes sejam mais favoráveis. Entende-se esta migração pela propagação das sementes que teriam mais êxito na direcção do clima favorável do que nas direcções em que o clima se tornou desfavorável e não se lhe dá qualquer sentido finalista. Contudo, há plantas que se conseguem adaptar às alterações climatéricas. Esta adaptação é mais provável nas plantas perenes que nas plantas anuais. Pode porém perguntar-se se uma alteração brusca do clima não tem como consequência a destruição da cobertura vegetal, esperando-se que por adaptação ou por migração de espécies exóticas se estabeleça uma nova cobertura vegetal. Se este esquema se realizou algumas vezes, devem distinguir-se as condições biológicas de estabilidade climática que permitiria uma estabilidade vegetal - biostasia - das condições biológicas da crise climática em que a estabilidade se quebraria, com uma denudação do solo que se traduziria por um aumento dos fenómenos erosivos - rexistasia.
A história da sedimentação mostra, ao longo do tempo geológico, sucessões deste tipo. Durante os longos períodos biostásicos em que se