A obra é dividida em onze capítulos, os quais, gradativamente, conduzem ao mundo da ciência, em um raciocínio bem estruturado, lógico e didático. Ao longo dos temas tratados, são inseridos exemplos, questionamentos e jogos. Também sobressaem as críticas, comparações entre pensadores e cientistas e as conclusões a que conduz o raciocínio desenvolvido. O ponto de convergência entre ciência e senso comum, representado pela busca da ordem, exigência do homem, cientista ou não, desde sempre. Em se tratando da ciência, o estabelecimento da ordem se dá por meio de métodos, cuja sistematização pretende isolar o cientista da influência de subjetividades que possam corromper o "conhecimento objetivo da realidade". O autor, fortalece a idéia de que a ciência parte da necessidade de solução para um determinado problema, sendo a teoria ou hipótese de trabalho o produto final. Utilizando várias situações ilustrativas, o autor conclui que as mudanças de modelo são necessárias para a compreensão do problema e, novamente, ressalta que o progresso da ciência depende da ocorrência de anomalias, as quais forçam o trabalho científico na busca de solução. Rubem Alves nos leva a uma reflexão mais profunda, envolvendo o propósito da própria criação máxima de Deus - o universo. O autor se reporta a vários pensadores, cientistas e filósofos, para ilustrar e definir a questão do método e a sua relação intrínseca com a ciência, os dados apenas fazem sentido quando são organizados na mente. Com um exemplo simples, o autor nos faz observar diferentes coisas a partir de uma mesma fonte, levando-nos à conclusão natural de que tudo nada mais é do que uma questão de perspectiva, da forma como vemos ou analisamos os dados. Rubem Alves parte da sugestão de que a ciência é uma entre muitas outras atividades com que se ocupam as pessoas comuns, não existindo, assim, razão para orgulho. Entretanto, ao procurar a verdade, que pode e é testada, o cientista se distingue dos demais profissionais, pois