Filme Cidade
O melhor filme da nova geração do cinema nacional facilmente, o único que conseguiu aliar a estética publicitária com intensidade cinematográfica que estava faltando à nova safra. Ele tem o apuro técnico dos filmes do Walter Salles ou da Conspiração filmes, mas com uma crueza e verdade que remete a obras como Pixote. O filme faz um discurso sério e mostra uma realidade chocante mas ao mesmo tempo embala o público com uma história e personagens cativantes, em um visual moderno que funciona perfeitamente com o estilo do filme.
É uma espécie de Snatch - Porcos e Diamantes misturado com Amores Brutos, mas sem tentar ser nenhum desses filmes.
E achei melhor que ambos, o que me deixou bastante emocionado pois são dois filmes que gostei imensamente. O que Cidade de Deus tem que os outros filmes não podem oferecer é um universo que podemos nos identificar, saem os guetos londrinos ou mexicanos, entra a nossa favela, saem os marginais irlandeses com sotaque engraçado, entra o malandro carioca, em vez de ouvir 'Fuck isso' ou 'Fuck aquilo', você ouve 'Porra', 'Caralho', 'Filho da Puta', mas finalmente nossos palavrões soam bem!
O filme tem muitos momentos engraçados, o ritmo é excelente e as duas horas e vinte minutos voam, mas não poupa o espectador de algumas cenas chocantes principalmente as que envolvem menores. Tomaram cuidado pra não deixar muito apelativo, mas ainda bem que foram corajosos o suficiente pra não fechar os olhos à certas situações que infelizmente acontecem todos os dias nas periferias das cidades, e são essenciais para tentar entender como funciona esse mundo paralelo que, como diz o narrador da história, é o nosso Vietnã.
Tecnicamente é perfeito, a fotografia filtrada com poucas cores é ótima, aliada a uma edição frenética e movimentos de câmera ágeis e bem planejados, mas o que me chamou mais atenção foi o áudio, o