Fichamento
O texto reflete sobre uma teorização multicultural, com ênfase em reconstruir o conceito de currículo como prática cultural, evitando a tradição segundo a qual o currículo é visto apenas como um produto de uma seleção de conhecimentos e valores, retomando seu caráter de espaço/tempo ambivalente que se vai construindo na relação entre diversas identidades culturais que o constituem. A autora considera que se deve perceber a ambivalência do espaço/tempo para que se possam criar possibilidades locais de superação. A autora acredita que pensar em um currículo multicultural envolve redefinir currículo como “o local onde o significado é negociado e fixado, onde a diferença e a identidade são produzidas e postas em operação, onde a desigualdade é gestada”. Para isso, a autora busca elementos que permitam pensar a diferença no currículo tendo por horizonte a sua definição como espaço/tempo cultural, dinâmico e imprevisível em que são estabelecidas divisões e hierarquias, mas também aquele em que é possível resistir. A autora se baseia em alguns trabalhos de outros autores como Clough, McCarthy, Pinar, Jameson, Lowe, Loyd, Santos, entre outros. Com base em um deles, a autora reconhece que o campo do currículo passou a focalizar não apenas a escola, mas espaços fora dela, relevantes à educação e que no Brasil, apenas a partir da década passada os estudos culturais passaram a ser mais frequentes. Ela reconhece também que entender a centralidade da cultura no currículo em sua dimensão política implica tratá-la como uma noção estratégica integrada ao político, ao econômico e ao social. O currículo como prática cultural é um aspecto que a autora aborda como um espaço de poder onde