Fichamento
Boaventura de Sousa Santos nasceu no dia 15 de novembro de 1940, na cidade de Coimbra, em Portugal. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra em 1963, e em 1973 concluiu seu doutorado pela mesma instituição. Dirige actualmente o projecto de investigação ALICE - Espelhos estranhos, lições imprevistas: definindo para a Europa um novo modo de partilhar as experiências o mundo, um projeto financiado pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC)
1- Introdução
A obra “Um discurso sobre as ciências” de Boaventura de Sousa Santos é decomposta em três pontos principais. São eles “O paradigma dominante”, “A crise do paradigma dominante” e “O paradigma emergente” e traz a crise de identidade das ciências dos tempos atuais. O autor sustenta que estamos em um momento de transição das ciências, e que podemos adotar a postura similar a das crianças que com perguntas simples são capazes de trazer uma luz nova a nossa perplexidade.
“Uma pergunta elementar é uma pergunta que atinge o magma ‘mais profundo da nossa perplexidade individual e coletiva com a transparência técnica de uma fisga”. (pag. 8)
“É esta a ambiguidade e a complexidade da situação do tempo presente, um tempo de transição, síncrone com muita coisa que está além ou aquém dele, mas descompassado em relação a tudo o que o habita.” (pag. 6)
2- O Paradigma Dominante
O paradigma dominante teve início com o modelo de racionalidade implementada pela revolução científica do século XVI que se deu nos domínios das ciências naturais. É um modelo global e totalitário na medida em que nega o caráter racional a todas as formas de conhecimento que se não pautarem pelos seus princípios epistemológicos e pelas suas regras metodológicas previamente estabelecidas.
Somente no século XIX este modelo se estendeu para as ciências sociais emergentes e houve, então, a busca de um modelo geral de racionalidade