fichamento
*O “sabe com quem esta falando?” pode ser usado em inúmeras situações.
* Existe uma formidável coerência entre eles, que indica estarmos lidando com uma forma socialmente estabelecida e não com uma mania ou modismo passageiro, fruto de uma época ou camada social.
* Indicação com relativa precisão das condições sociais em que determinado ego usaria o rito de separação, como ocasiões globais em que se procura “sentir-se importante” ou “mostrar a posição social.”
* Uma pessoa fatalmente usará a expressão quando: (A) sentir sua autoridade ameaçada ou diminuída; (B) desejar impor de forma cabal e definitiva seu poder; (C) inconsciente ou conscientemente perceber no seu interlocutor uma possibilidade de inferioriza-lo em relação ao seu status social; (D) for pessoa interiormente fraca ou que sofre de complexo de inferioridade; (E) o interlocutor, de uma forma ou de outra, é percebido como ameaça ao cargo que ocupa.
* Fica revelada assim uma enorme preocupação com a posição social e uma tremenda consciência de todas as regras ( e recursos) relativos à manutenção, perda ou ameaça dessa posição.
* DaMatta cita Tocqueville.
* Temos hoje a mesma impressão de sempre correr o risco de uma gafe, de “dar um fora”, de “fazer um vexame”, de “dar uma varada”—enfim, de deixar de acompanhar, seja por desconhecimento ou falta de percepção social, alguma regra de etiqueta que, como diz Tocqueville, tem o peso de uma lei, com seu conjunto formando uma legislação.
* O corolário de uma formação social assim contaminada é o profundo medo do ridículo e da palhaçada.
*A classificação de que cometemos um vexame( erro social ) ou descoberta do erro simultaneamente com sua violenta correção, com o recebimento, como dizemos em linguagem decepcionada, “ pelo meio da cara” ( mascara que carrega nosso respeito e nossa honra de pessoas), do vociferado “sabe com