Fichamento O Que É Cidade de Raquel Rolnik

ROLNIK, Raquel. O que é cidade. 1ª Edição, Editora Brasiliense. São Paulo, 1995.

A autora inicia o livro refletindo sobre o conceito de cidade. “Não seria esse ritmo [feito do movimento incessante de gente e máquinas, do calor dos encontros, da violência dos conflitos] e essa intensa concentração para mim tão sinônimos de urbano, próprios apenas das metrópoles, as cidades que anunciam o século XXI?” (página 10). E, ao lembrar-se das cidades da antiguidade admite as fronteiras como principal característica que as distingue.
“Não se está nunca diante da cidade, mas quase sempre dentro dela” (página 12). As metrópoles não são delimitadas por barreiras físicas, enquanto as cidades da antiguidade eram cercadas por muros. Portanto, o que irá definir o que é cidade, é a sua capacidade de funcionar como ímã, atrair, reunir e concentrar homens. A cidade também trabalha como escrita, uma vez que a arquitetura, a partir do instante que se estabeleceu como hábitat permanente, imprime a história da sociedade e “pode ser lida e decifrada, como se lê e decifra um texto” (página 17).
“Na cidade nunca se está só” (página 19). A partir dessa afirmação, Rolnik desenvolve o texto tratando das dimensões políticas da cidade e, como, durante o tempo, a sociedade lidou com a gestão da vida coletiva. Civitas e polis, por exemplo, não eram delimitadas por sua espacialidade, mas por sua abrangência política.
As aglomerações de homens, os produtos agrícolas excedentes à demanda local, a possibilidade de troca interurbana e a divisão do trabalho abriram espaço para a instalação de mercados. Nas cidades da antiguidade, o tamanho do mercado era ditado pelos espaços disponíveis dentro das fronteiras, portanto era comum que comerciantes se alojassem do lado de fora da muralha.
Na Idade Média, o espaço urbano era ocupado pelos moradores sem obedecer a uma lógica ou uma organização pré-estabelecida, eles buscavam se adaptar aos espaços disponíveis. A natureza também funcionava como