Fichamento: O Nome de Autor
• “A inscrição, no peritexto, do nome autêntico ou fictício do autor, que nos parece hoje tão necessário e tão ‘natural’, não foi sempre assim, a julgar pela prática clássica do anonimato [...] e que mostra que a invenção do livro impresso não impôs esse elemento do paratexto tão rapidamente e com tamanha intensidade quanto outros.” (p. 39);
• “O local paratextual do nome de autor ou daquele que ocupa esse lugar é [...] muito errático e muito circunscrito. Errático, porque se dissemina, com o título, em todo o epitexto, anúncios, prospectos, catálogos, artigos, entrevistas, colunas de jornal ou comentários ligeiros. Circunscrito, porque seu lugar canônico e oficial limita-se à página de rosto e à capa (primeira capa, com menção eventual na lombada e na quarta capa).” (p. 39-40);
• “Quando as normas de coleção impedem toda e qualquer variação, uma sobrecapa lhe dá campo livre, ou uma cinta permite repeti-lo em caracteres mais chamativos e, por vezes, sem o prenome, para mostrar como é famoso.” (p. 40);
• “Quanto mais o autor é conhecido, mais seu nome é exibido, mas essa proposição exige, pelo menos, dois corretivos: primeiro, o autor pode ser famoso por razões extraliterárias, antes de ter publicado o que quer que seja; depois, uma prática promocional de tipo mágico [...] impele o editor, às vezes, a aproveitar-se um pouco da glória imitando seus efeitos.” (p. 40);
• “O nome do autor pode aparecer muito tempo depois, ou mesmo não aparecer nunca, e essas variações se devem, evidentemente, à diversidade das denominações autorais.” (p. 41);
• “O nome de autor pode revestir-se de três condições principais, sem contar alguns estados mistos ou intermediários. Ou o autor ‘assina’ com seu nome do registro civil; ou assina com um nome falso, emprestado ou inventado: é o pseudonimato; ou não assina de forma alguma, é o anonimato.