Fichamento: Vida Para Consumo
Se reduzido à forma arquetípica do ciclo metabólico de ingestão, digestão e excreção, o consumo é uma condição, e um aspecto, permanente e irremovível, sem limites temporais ou históricos (...) (pag. 37)
(...) Foi sugerido que um ponto de ruptura de enormes consequências, que, poderíamos argumentar, merecia o nome de “revolução consumista”, ocorreu milênios mais tarde, com a passagem do consumo ao “consumismo”, quando aquele, tornou-se “especialmente importante, se não central” para a vida da maioria das pessoas “ o verdadeiro propósito da existência”. E quando “nossa capacidade de ‘querer’, ‘desejar’, ‘ansiar por’ e particularmente de experimentar tais emoções repetidas vezes de fato passou a sustentar a economia” do convívio humano. (pag. 38-39)
(...) O modelo de “consumismo” aqui proposto assim como os da “sociedade de consumidores” e da “cultura de consumo”, são os que Max Weber chamou de “tipos ideais” (...) Como sugeriu Weber, os “tipos ideais” (se construídos de maneira adequada) são ferramentas cognitivas uteis, e também indispensáveis, ainda que ( ou talvez porque) iluminem deliberadamente certos aspectos da realidade social descrita enquanto deixam na sombra outros aspectos considerados de menor ou escassa relevância para os traços essenciais e necessários de uma forma de vida particular. “Tipos ideias” não são descrições da realidade, mas ferramentas usadas para analisa-la. (...) (pag. 39-40)
(...) O “consumismo” chega quando o consumo assume o papel-chave que na sociedade de produtores era exercido pelo trabalho. Como insiste Mary Douglas “a menos que saibamos por que as pessoas precisam de bens de luxo