Fichamento todorov
Apresentação à edição brasileira
O fenômeno formalista impregnou o campo da teoria literária, assim como as produções acadêmicas relacionadas às ciências sociais. Apesar de ser considerado um dos principais expoentes de tal corrente, Tzvetan Todorov modela sua argumentação ao redor da crítica à empregabilidade de tal modelo. O estruturalismo, quando se apresenta radical e exclusivo, “afasta a obra literária de toda relação possível que ela possa ter com o mundo, com o real, com a vida” (TODOROV, página 8). Tenta-se a captação da verdade intrínseca do texto como um mundo à parte, buscando-se alcançar a maior imanência possível da obra. Para Todorov, o perigo que hoje ronda a literatura é “o de não ter poder algum, o de não participar da formação cultural do indivíduo, do cidadão” (TODOROV, página 8). Isto quer dizer que não faltam aos estudantes de letras, por exemplo, capacidade intelectual ou espírito crítico, falta-lhes atribuir à literatura um significado mais amplo, talvez irredutível à dissecação estruturalista, onde a literatura faz parte tanto da formação intelectual quanto também afetiva. Como diz Caio Meira, “o contato maior que qualquer aluno do ensino médio tem com o texto literário de fato se dá seja nas abonações e exemplos que auxiliam na compreensão das regras e formações da língua portuguesa, seja nas próprias aulas de literatura, que se resumem principalmente ao ensino da história e dos gêneros literários” (TODOROV, página 9)
A principal problemática que Todorov apresenta é como a literatura tem sido apresentada aos jovens, desde a escola primária até a faculdade. O estudante não entraria em contato com os textos diretamente, haveria uma inversão, fazendo com que tivesse contato primeiramente com alguma forma de crítica, de teoria ou de história literária, o que caracterizaria o acesso á literatura como algo disciplinar e institucional. Todorov em nenhum momento