Fichamento sobre os Terremotos em João Câmara
A principal história desse livro começa por volta das 20 horas de 5 de agosto de 1986. Naquele inicio de noite os camarenses foram surpreendidos por um abalo de terra, algo que não acontecia há tempos. Ninguém imaginaria que tão pequeno evento seria o precursor de um notável e duradouro período de atividades sísmicas. A terra tremeu espaçadamente por cerca de sete anos e foram registradas dezenas de milhares de abalos, algo sem paralelo na história da sismologia brasileira.
O abalo daquela noite de agosto com M=3.0 foi registrado pela estação sismográfica de Caicó, RN.
Ainda em agosto, no dia 20, não somente os habitantes de João Câmara, mas também os residentes de Natal sentiram os efeitos de mais dois tremores com M=3.7 e 3.8, também registrados pelo sistema sismográfico de Brasília, a 1.500 km de distancia. Na manhã seguinte um abalo bem maior despertou muitos nordestinos, pois seus efeitos chegaram a Natal, João Pessoa, Recife e Olinda, particularmente para moradores de edifícios. Os principais danos ocorreram nas localidades de Lagoa Rachada e Samambaia.
Dez estações internacionais registraram esse tremor de M=4.4, que entrou na lista dos sismos do mês de agosto, preparada pelo Centro Nacional de Informações de Terremotos, do Serviço Geológico dos Estados Unidos. Posteriormente, uma analise mais apurada reduziu sua magnitude para 4.2.
[...] 24h depois, com o apoio do pessoal da UFRN, já estava sendo instalado o primeiro sismógrafo, 5km a SW de João Câmara. Quatro dias depois, o autor viajou levando mais dois sismógrafos.
A primeira instalação, instalada próxima ao Açude Pedra D’água, foi denominada JC01 e operou durante vários anos como estação-base.
[...] Fomos surpreendidos por um tremor, M=2.6, sentido e ouvido por todos. Do palco tínhamos uma ampla visão da plateia e constatamos que foram poucos os que abandonaram o ginásio correndo.
Com a redução da sismicidade, regressamos a Brasília e deixamos no local