Boris fausto - o brasil colonial
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2008, 13ª ed.
CAPÍTULO II. O BRASIL COLONIAL. 1500-1822
2.1 Os índios.
A população indígena que habitava o Brasil na época do descobrimento era bastante homogênea em termos culturais e linguísticos, distribuída ao longo da costa e na bacia dos Rios Paraná-Paraguai. Havia dois grandes blocos: o dos tupis-guaranis e o dos tapuias. Aqueles se estendiam por quase toda a costa brasileira, desde o Ceará até a Lagoa dos Patos. A presença tupi-guarani (ou tupinambá) era interrompida por outros grupos, como os goitacases no Rio Paraíba, pelos aimorés no sul da Bahia e no norte do Espírito Santo e pelos tremembés na faixa entre o Ceará e o Maranhão. Tais populações eram chamadas de tapuias, ou não-tupis. Note-se que a divisão feita pelos portugueses à época era algo diferente, dividindo os tupis em diversas nações (carijós, tupiniquins, tamios, etc).
Não há dados específicos acerca do número de habitantes da América pré-colombiana, porém a economia indígena era baseada na caça, pesca, coleta de frutas e a agricultura, em um modelo extrativista. Algumas práticas, como as de queimada, e algumas culturas, como as de feijão, milho, abóbora e mandioca, foram adotadas pelos europeus. As aldeias realizavam pouco comércio entre elas, restringindo o comércio a bens de luxo e mulheres.
A vinda dos europeus representou uma catástrofe à cultura indígena, sendo os europeus e seus apetrechos associados a pajés. A dispersão política dos grupos indígenas também contribuiu para o avanço dos portugueses, que usavam muito os conflitos locais para seu benefício. Alguns índios manteriam seu estilo de vida com a migração para regiões cada vez mais isoladas.
2.2 Os períodos do Brasil colonial.
O autor designa três grandes períodos cronológicos. O primeiro abrangendo o período entre a chegada de Cabral e a instalação do governo geral, em 1549, o segundo entre o governo geral e as últimas décadas do século XVIII e o