O império do Brasil
"No lugar da antiga fé, nascia uma ideologia que via o mundo como história; ou seja, como construção dos homens." (pp. 22- 23)
"Os indivíduos em sintonia com essa nova sensibilidade, os homens ilutrados do século XVIII, desviaram os olhos dos céus para a Terra, ousaram pensar por si próprios, como queria Diderot, e defenderam o "uso público da razão" em todos os assuntos, como propôs Kant." (p. 23)
"Criava-se um espaço socai, em que se manifestava a opinião pública. Não propriamente ainda enquanto a atuação coordenada de indivíduos, que se exprimiam em termos de aprovação ou repúdio de uma ação, com a finalidade de alterar o rumo dos acontecimentos, mas sim, como observou Mona Ozouf, como uma idéia que se impunha as demais opiniões individuais, de cima para baixo - e que cabia aos homens de letras produzir." (pp. 23- 24)
"Criavam-se as condições para a disputa, na arena do espaço público, entre diferentes visões de mundo, que materializavam os interesses de grupos ou partidos, na busca do caminho que melhor lhes conviesse." (p.24)
"A implantação do Código Civil (1804), também denominado de Código Napoleônico, nas regiões dominadas pela França, estendeu o alcance das principais conquistas de 1789: laicização do Estado, igualdade perante a lei, liberdade pessoal, liberdade de consciência e liberdade de trabalho; e repudiou, ao mesmo tempo, o legado democrático radical da República jacobina (1793- 1794), pois, antes de tudo, consagrava a propriedade como um direito natural,