Fichamento - Pátria, Empresa e Mercadoria
VAINER, Carlos B. “Pátria, empresa e mercadoria – Notas sobre a estratégia discursiva do Planejamento Estratégico Urbano”. In: ARANTES, Otília; VEINER, Carlos; MARICATO, Ermínia. A Cidade do Pensamento Único: Desmanchando Consensos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. 3ª edição. p.75-102.
O autor analisa os modelos de planejamento urbano e coloca o planejamento estratégico como o modelo que ocupou o tradicional padrão tecnocrático-centralizado-autoritário.
As cidades estão submetidas a condições e desafios idênticos aos vivenciados pelas empresas, sendo assim o planejamento estratégico se inspira em conceitos e técnicas do planejamento empresarial, como consequência têm-se a problemática competição entre territórios (competitividade urbana) pelo investimento de capital, tecnologia, atração de novas indústrias e negócios, atração de força de trabalho qualificada.
A ação de diferentes agências multilaterais e de consultores internacionais, sobretudo catalães, vem espalhando esse modelo nas cidades brasileiras e na América Latina em geral, que notavelmente tem contratado cada vez mais os serviços de consultoria dos catalães e de seus discípulos, ou utilizando seus ensinamentos.
E com isso, dentro da proposta de planejamento estratégico, o autor articula três analogias constitutivas: cidade mercadoria, cidade empresa e cidade pátria. Evidenciando que este projeto de cidade implica por interesses empresariais globalizados e dependentes.
Para o autor, “a cidade é uma mercadoria a ser vendida, num mercado extremamente competitivo, em que outras cidades também estão à venda” e, por isso é necessário marketing urbano, que promove a cidade a depender de suas características e de quem se tem em vista como comprador.
É preciso passar uma imagem forte e positiva da cidade, com ofertas de infraestrutura e serviços, tendo como problemática a imagem de miséria, qualificada como um “entorno social” influencia as decisões dos agentes econômicos na atratividade da