Fichamento Pierre Bourdieu

Estado Constitucional e Democracia
Prof. Dr. Marcos Augusto Maliska
Aluno: Elizeu Luiz Toporoski
Referência Bibliográfica – BOURDIEU, Pierre. A Distinção. Crítica social do julgamento. SP: Edusp, 2008, p. 1-14 e 434-460.

Fichamento
Na introdução de sua obra, o autor ressalta que os bens culturais possuem, também, uma economia, assim, devemos trabalhar para estabelecer as condições em que são produzidos os consumidores desses bens e seu gosto. Contra a ideologia carismática, em que os gostos são dom da natureza, a observação científica mostra que as necessidades culturais são o produto da educação, associadas ao nível de instrução e a ordem social. Para o autor a hierarquia socialmente reconhecida das artes, corresponde a hierarquia social dos consumidores. A nobreza cultural possui seus títulos discernidos pela escola, assim como sua ascendência pela qual é avaliada a antiguidade do acesso à nobreza. (p. 09)
Esclarece o autor que a obra de arte só adquire sentido e só tem interesse para quem é dotado do código segundo o qual ela é codificada. O espectador desprovido do código específico sente-se submerso, afogado, diante do que lhe parece ser um caos de sons e ritmos, de cores e de linhas, sem tom nem som. Ressalta ainda que a experiência do prazer estético pode ser acompanhada pelo mal-entendido etnocêntrico que acarreta a aplicação de um código impróprio. (p. 10)
O autor indica que, segundo a teoria estética, o desprendimento e o desinteresse constituiriam a única maneira de reconhecer a obra de arte pelo que ela é, ou seja, autônoma. Sobre o julgamento estético, o autor ressalta que Kant emprenhou-se em estabelecer a distinção entre o que agrada e o que dá prazer, de um modo geral, em discernir o desinteresse, única garantia da qualidade estética da contemplação e dos interesses da razão. Enquanto que, inversamente, os indivíduos de classes populares manifestam em seus julgamentos a referência às normas da moral ou do decoro, cujo princípio é sempre ético.