Fichamento Munhoz
Muñoz Conde e Winfried Hassemer
Teorias da Solicalização Deficiente
Desde sempre se sabe que a conduta humana é resultado dos condicionamentos biológicos ou psicológicos que perpassam o ser humano, sobretudo, fruto de um processo de socialização que começa desde o nascimento e se estende com a educação no seio da família e com a aprendizagem cultural através de distintas instâncias e contatos sociais. Assim, para além das análises biológicas e psicológicas da criminalidade, deve-se ter em conta os fatores de caráter social (externos ao indivíduo) que fazem compreensível a sua conduta e permitem sua valoração em um contexto mais amplo que a própria individualidade. Não há existência sem coexistência. A convivência é resultado de um processo de interação dialético em que o indivíduo renuncia a seus impulsos egoístas no anseio de que a comunidade com os demais a possibilidade um melhor desenvolvimento de sua personalidade e os meios necessários para a sua sobrevivência.
Essa ideia de que a sociedade frustra o indivíduo mas satisfaz ao mesmo tempo suas necessidades foram postas em relevo desde os princípios do século XX por Freud, para quem frente ao princípio do prazer, que impulsa as pessoas à satisfazer todos os seus instintos, existe o princípio da realidade, representado pelas normas sociais, que obriga o indivíduo a sacrificar ou limitar aqueles e ter em conta os demais. Mas foi a moderna Sociologia que destacou que a existência do Ego supõe sempre a existência do Alter, e que só através da própria estrutura social que gera a convivência que se pode interpretar e valorar a conduta humana. Assim, Parsons, um dos principais representantes da sociologia funcionalista norte-americana, diz que “todos os processos de motivação são processos que se produzem nas personalidades dos atores individuais”.
Era lógico que foi da Sociologia de onde vieram as primeiras explicações científicas de caráter social sobre a