fichamento lazer
Disciplina: Estudos do Lazer
Professora: Rosana de Jesus
Acadêmica: Tatiele Bombardelli
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ADORNO, Theodor W., 1903-1969; Indústria cultural e sociedade; seleção de textos Jorge Mattos Brito de Almeida; traduzido por Julia Elisabeth Levy... [et al.]. – São Paulo : Paz e Terra, 2002 __________________________________________________________________
1. O tempo não preenchido pelo trabalho, já chamado de ócio, é o tempo livre da sociedade hoje. A utilização desse tempo livre será determinada pela situação geral dessa sociedade, e esta por sua vez pode acabar por distorcer as vontades pessoais. Visto que os papéis sociais “penetram profundamente nas próprias características das pessoas, em sua constituição íntima”. Isso se reflete na questão do tempo livre, no que as pessoas fazem com ele. Há uma convicção de que agem por vontade própria, porém, “essa vontade é modelada por aquilo de que desejam estar livres fora do horário de trabalho”. No tempo livre “se prolonga a não-liberdade, tão desconhecida da maioria das pessoas não-livres como sua não-liberdade, em si mesma”.
2. As atividades específicas do tempo livre estão organizadas em função do lucro. Existe aí a introdução sutil de formas de comportamento próprias do trabalho e que não dá folga às pessoas:
“Por um lado, deve-se estar concentrado no trabalho, não se distrair, não cometer disparates; sobre essa base, repousou outrora o trabalho assalariado, e suas normas foram interiorizadas. Por outro lado, deve o tempo livre, provavelmente para que depois se possa trabalhar melhor, não lembrar em nada o trabalho.”
3. Dessa forma, o tempo livre torna-se um apêndice do trabalho, uma “liberdade” organizada e coercitiva. A questão do hobby está ligada a isso. O anseio pela liberdade é incutido pela industria do camping, o bronzeado nas férias é indispensável. “O fetichismo que medra no tempo livre está