Fichamento: Delimitando a Noção de Lazer
OS PIONEIROS Camargo inicia o texto citando Aristóteles, Santo Agostinho, Lafargue, Veblen, Riesman, Friedman, e Caillois como precursores do conceito de lazer.
ARISTÓTELES E A NOÇÃO DE SCHOLÉ Segundo o autor, os gregos foram os primeiros a inventar um tempo social chamado scholé, que significava o lazer e a educação de si mesmo. Onde os homens trabalhavam pouco e utilizam todo o seu tempo livre para dedicar-se apenas ao culto do corpo e do espírito. O scholé resumia o tipo ideal de vida de um cidadão livre grego, onde o trabalho era visto como indigno. Porém constituía uma referência mítica pelo fato de a sociedade grega não estar tecnologicamente preparada para liberar todos os seus habitantes do trabalho (refere-se a escravos e imigrantes). Ou seja, a scholé era reservada somente aos cidadãos realmente livres. Baseado nesta análise, Camargo faz uma comparação entre a noção de scholé e a noção moderna de lazer e chega à conclusão de que elas têm muito pouco a ver uma com a outra, pois a primeira era desvinculada da estrutura técnico-econômica que o sustentava, enquanto que no lazer moderno eles estão completamente relacionados. Além disso, finaliza o tópico afirmando, que esta concepção grega de viver se difundiu entre os romanos, o que explica a etimologia de algumas palavras como negócio (do latim necotium, nada de ócio) e trabalho (do latim tripalium, instrumento de tortura).
SANTO AGOSTINHO E OS PERIGOS DO LAZER Segundo Camargo, a civilização cristã contestava os valores lúdicos da sociedade greco-romana. Para a Igreja, o trabalho “dignificava o homem”, enquanto que a ociosidade “ era a mãe de todos os vícios”. Para o autor, essa foi sem dúvida a contribuição mais marcante do cristianismo. Visto isso, Luiz Camargo cita Santo Agostinho, que alertava para as