fichamento edipo

Édipo
O complexo de Édipo não é uma historia de amor e ódio entre pais e filhos, é uma história de sexo, isto é, uma história de corpos que sentem prazer em se acariciar, se beijar e se morder, em se exibir e se olhar, em suma, corpos que sentem tanto prazer em se tocar quanto se fazer mal. Não Édipo não tem nada a ver com sentimento e ternura, mas com corpo, desejo fantasias e prazer.
É um desejo sexual próprio de um adulto, vivido na cabecinha e no corpinho de uma criança de quatro anos, cujo objeto são os pais. A criança edipiana é uma criança alegre que, em toda inocência, sexualiza os pais, introduzindo-os em suas fantasias como objetos de desejo e imitando sem pudor nem senso moral seus gestos sexuais de adultos. Se trata de um ser integral que quer apertar o corpo inteiro da mãe. Ora se é verdade que a criança edipiana fica feliz ao desejar e obter prazer com isso, é mais verdade ainda que desejo e prazer a assustam, pois ela os teme como um perigo. O perigo de ver seu corpo desgovernar-se sob o ardor de seus impulsos, o perigo de ver sua cabeça explodir em virtude de não conseguir controlar mentalmente seu desejo, o perigo de ser punida pela Lei do interdito do incesto, por ter tomado os pais como parceiros sexuais.
Dividida entre a alegria e a angústia, não tem outra saída senão esquecer tudo e apagar tudo. A criança edipiana recalca vigorosamente fantasias e angústia , pára de tomar seus parentes por parceiros sexuais e torna-se com isso disponível para conquistar novos e legítimos objetos de desejo. É assim que provavelmente, descobre o pudor, desenvolve o sentimento de culpa, o senso moral e estabelece sua identidade sexual de homem ou de mulher. Um segundo abalo edipiano irá produzir-se na puberdade, o jovem adolescente deverá ajustar o ardor de seus impulsos ao seu novo corpo em plena metamorfose da puberdade e às novas solicitações sociais. O jovem não sabe mais refrear seus impulsos como o fizera no fim de seu Édipo ; atiça seu desejo