Fichamento- Dúvidas céticas sobre as operações do conhecimento

No livro Investigações sobre o Entendimento Humano, seção 4, Dúvidas Céticas sobre as operações do entendimento, encontramos um texto de David Hume (dividido em duas partes) que não propõe de fato fazer qualquer grande descoberta, já que as perguntas abordadas falam de questões extremamente complexas. O que Hume nos apresenta neste texto, portanto, é a oportunidade de dar espaço para o público refletir sobre algumas inferências e para que ele próprio possa materializar seus pensamentos e curiosidades. “Desse modo, pelo menos, ficaremos cientes de nossa ignorância, ainda que não aumentemos nosso conhecimento (p. 69)”.
Sendo que o conhecimento precisa de crença verdadeira e justificada, como nós sabemos coisas que não estão ao nosso alcance? Para introduzir questões como essa Hume inicia a primeira parte da seção 4 dividindo as relações de ideias e questões de fato. As relações de ideias, exemplificadas pelas ciências matemáticas, são caracterizadas por proposições onde a conclusão não abre caminho para nenhuma outra opção devido ao fato de que suas verdades são demonstradas por operações do pensamento. Sendo assim, o interesse de Hume está no outro tipo de investigação humana.
As questões de fato não são apuradas da mesma maneira que as relações de ideias, já que essas tratam da percepção e, principalmente, pela característica de que sempre é concebível e podemos imaginar a negação de uma questão de fato e mesmo assim não seria uma contradição. “Se ela fosse demonstrativamente falsa, implicaria uma contradição e jamais poderia ser distintamente concebida pela mente (p. 54)”.
Tendo dificuldade de explicar algumas evidências, partimos para a nossa memória e para o registro de fatos passados, o que pressupõe uma relação de causa e efeito, uma conexão entre o acontecimento presente e o acontecimento que dele inferimos. Entretanto, o que nos garante a certeza de que essas relações colaterais são válidas para o conhecimento? Por isso Hume estabelece sua opinião de que