Fichamento do texto "Trabalho e desenvolvimento no Brasil" de OLIVEIRA, C. A. B. de. 2012
OLIVEIRA, Carlos Alonso Barbosa de. 2012
Fichamento
O mercado de trabalho no capitalismo não possui dinamismo autônomo, ele responde a impulsos do processo de acumulação de capital. Assim sendo, a continuidade do desenvolvimento econômico é condição necessária, embora não suficiente, para a estruturação de um mercado mais favorável aos trabalhadores.
As duas décadas e meia que antecederam o recente ciclo de expansão da economia caracterizaram-se por curtos ciclos de crescimento, alternados com amplos períodos de baixíssimas taxas de expansão. Nesse quadro, o mercado de trabalho, que já apresentava baixos salários e alta desigualdade, sofreu profunda deterioração, principalmente nos anos 90 com as políticas liberalizantes.
Aumentou a informalização nos contratos com perdas de direitos sociais e previdenciários, a indústria que oferecia melhores postos de trabalho perdeu participação no PIB, as privatizações de estatais vieram acompanhadas de demissões em massa, o desemprego elevado tornou-se crônico. Como consequência, do comportamento adverso do mercado de trabalho, os sindicatos perderam força e poder de negociações.
O comportamento recente do mercado de trabalho comprova a importância do crescimento, não apenas para as melhoras neste mercado, mas também por viabilizar políticas que potencializam as melhoras.
De fato, a política de valorização do salário mínimo teve importância decisiva para elevar a renda de milhões de brasileiros dos estratos mais baixos de renda. Entre 2003 e 2008 o salário mínimo teve aumento real de 38,3%.
Além disso, apesar da melhora de posição de uma quantidade respeitável de ocupados que estavam situados nas piores posições da estrutura social, cabe ressaltar que essas pessoas que passaram a compor uma “baixa classe média” ainda estão muito distantes de um padrão de vida característico de classe média. As mudanças recentes representaram importante avanço, mas ainda há um longo caminho a ser