Fichamento do texto: constituição das doenças da docência
Jarbas Santos Vieira Maria Manuela Alves Garcia Maria de Fátima Duarte Martins Leomar Eslabão Aline Ferraz da Silva Vera Gainssa Balinhas Carmem Lucia da Rosa Fetter Vanessa Bugs Gonçalves
P. 307. A legislação, os programas, as novas exigências em termos de qualificação profissional, entraram no dia a dia das professoras criando ansiedades e expectativas, impelindo-as a assumirem novos papéis. Às escolas em péssimas condições físicas, às precárias condições de trabalho, à jornada de trabalho extenuante e aos problemas sociais vivenciados pelas professoras em suas escolas e salas de aula somaram-se novas tarefas, atividades e responsabilidades, fundamentadas em um aparente discurso profissional, ético, comprometido com a formação dos sujeitos sociais. Termos como cidadania, qualidade de ensino, compromisso social, doação, empenho,
comprometimento docente e relação dialógica vêm sendo colonizados2 no interior dos discursos das políticas educacionais oficiais, interpelando as professoras em suas imagens e autoimagens.
P.308. À medida que esses conceitos alteraram alguns aspectos da educação, criando novas exigências ao processo de trabalho e outras demandas para a docência, houve o aprofundamento da intensificação do trabalho, pelo menos sob dois aspectos: a intensificação pela ampliação das demandas profissionais na vida das professoras, impelidas desde uma perspectiva administrativa e burocrática; e a autointensificação, pela exploração do sentimento de profissionalismo das professoras, e de suas
autoimagens, calcadas no cuidado e no zelo. Essa intensificação tem relação direta com o mal-estar docente.
P. 309. O estresse designa o que acontece em nosso organismo diante de determinadas situações, funcionando como um sinal de alerta. Esteve (1999) utilizou o termo estresse referindo-se ao estresse considerado como uma consequência do mal-estar docente que, ao conduzir o indivíduo a uma situação de