Fichamento Do Livro O Poder Do Atraso
Ensaios de Sociologia da História, capítulo 1 e 2, de José de Souza Martins
Acadêmicos: Maximiliano Ferreira Borba; Lucas Dias Lopes UERGS: 1º Semestre Administração Rural e Agroindustrial
Tema :
O texto trata do Clientelismo e corrupção no Brasil contemporâneo e A aliança entre capital e propriedade da terra no Brasil: a aliança do atraso.
Referência bibliográfica:
José de Souza Martins In: O Poder do Atraso Ensaios de Sociologia da História Lenta.Editora Hucitec - São Paulo, 1994. pp. 19 – 92
Idéias importantes:
Clientelismo e corrupção no Brasil contemporâneo
No comportamento político do povo, mesmo dos Eleitores, ao longo da história política brasileira, essa distinção parece ter sido irrelevante. A política do favor, base e fundamento do Estado brasileiro, não permite nem comporta a distinção entre o público e o privado.
Por outro lado, qualquer tentativa de interpretar a dinâmica do processo político brasileiro, e seus episódios singulares, passa pelo reconhecimento de que as mudanças só ganham sentido nas crises e descontinuidades do clientelismo político de fundo oligárquico que domina o País ainda hoje. Passa também pelo reconhecimento de que a tradição do mando pessoal e da política do favor desde há muito depende do seu acobertamento pelas exterioridades e aparências do moderno, do contratual. A dominação política patrimonial, no Brasil, desde a proclamação da República, pelo menos, depende de um revestimento moderno que lhe dá uma fachada burocrático racional legal. Isto é, a dominação patrimonial não se constitui, na tradição brasileira, em forma antagônica de poder político em relação à dominação racional-legal. Ao contrário, nutre-se dela e a contamina. As oligarquias políticas no Brasil colocaram a seu serviço as instituições da moderna dominação política, submetendo a seu controle todo o aparelho de Estado.
A questão, portanto, não está na corrupção em si. Mas na própria definição, da corrupção nos