FICHAMENTO DE TRANSCRIÇÃO
INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA
CAPÍTULO I: DEFINIÇÃO DO FENÔMENO RELIGIOSO E DA RELIGIÃO “(...) Os homens foram obrigados a formar noção do que é a religião, bem antes da ciência das religiões ter podido instituir sua comparações metódicas. As necessidades da existência obrigam-nos a todos, crentes ou incrédulos, a representar, de alguma maneira, as coisas no meio das quais vivemos, sobre as quais temos sempre julgamentos a fazer e que devemos considerar no nosso comportamento”(p. 53-54). “Uma noção que geralmente é considerada como característica de tudo aquilo que é religioso é a de sobrenatural (...) a religião seria, assim, uma espécie de especulação sobre tudo aquilo que escapa à ciência e, mais geralmente, ao pensamento distinto” (p. 54-55); “(...) a noção de forças naturais, com muita probabilidade, derivou da noção de forças religiosas; portanto, não poderia haver entre essas e aquelas o abismo que separa o racional do irracional. Até o fato de que as forças religiosas são pensadas, muitas vezes, sob a forma de entidades espirituais, de vontades conscientes, absolutamente não é prova de sua irracionalidade (...), aliás, a ideia de sobrenatural, tal como a entendemos, é recente: ela supõe, com efeito, a ideia contrária de que é a negação e que não tem nada de primitivo.Para que se pudesse dizer, de determinados fatos, que são sobrenaturais era preciso ter já o sentimento de que existe uma ordem natural das coisas, ou seja, que os fenômenos do universo estão ligados entre si de acordo com relações necessárias chamadas leis. Uma vez que se chegou a esse princípio, tudo aquilo que transgride essas leis deveria aparecer, necessariamente, como não fazendo parte da natureza e, por conseguinte, da razão: porque o que é natural nesse sentido é também racional, posto que essas relações necessárias não fazem senão exprimir a maneira pela qual as coisas se encandeiam logicamente” (p.56-57). “Mas, antes de mais nada, o sobrenatural