Fichamento - COULANGES, Fustel de. A Cidade Antiga
Basicamente, as gens ou ghénos eram grupos de pessoas ou clã com um objetivo comum e que compartilhavam um mesmo nome de família. Um tipo de conjunto de famílias ligadas politicamente a uma autoridade comum. Na realidade, nas palavras de Fustel, “a gens não era uma associação de famílias, mas a própria família.”
Em sua obra, Fustel descreve a dinâmica de funcionamento das gens, que se mantinham unidas através de fortes laços políticos e religiosos.
Fustel também fala sobre o impacto da religião na dinâmica de funcionamento das cidades, tratando dos banquetes sagrados (sacrifícios) públicos em honra das divindades protetoras, acreditando-se inclusive que os a salvação da cidade dependia da realização desses eventos e dos festejos sagrados às divindades protetoras das cidades. Ele cita também que o calendário da época era feito em função das leis da religião, não das fases da lua ou do movimento solar.
A religião também era fortemente presente nos atos da vida pública, como nas assembleias, nos tribunais e até no senado (cuja sala também tinha um altar).
Quanto trata do magistrado em sua obra, Fustel ressalta que perdurou a confusão entre a autoridade política e o sacerdócio. Sacerdócio, justiça e comando confundem-se em uma só pessoa.
A lei também era, a princípio, parte da religião, a exemplo das mais antigas leis de Roma, que aplicavam-se tanto ao culto religioso como às relações da vida civil.
Fustel diz que “a lei era consequência direta e necessária da crença; era a própria religião aplicando-se às relações dos homens entre si.”