FICHAMENTO AS VEIAS ABERTAS DA AMERICA LATINA
Referencia: Galeano, Eduardo. As veias abertas da América latina: tradução de Galeano de Freitas, Rio de Janeiro. Ed.29: editora paz e terra, (estudos latinos v.12).
SEGUNDA PARTE: O DESENVOLVIMENTO E UMA VIAGEM COM MAIS NÁUFRAGOS DO QUE NAVEGANTES.
HISTÓRIA DA MORTE PREMATURA
AS NAUS BRITÂNICAS SAUDAVAM A INDEPENDÊNCIA DO MEIO DO RIO Na América Latina, a independência soldara perpetuamente o poder dos donos da terra e dos comerciantes enriquecidos, nos portos, à custa da antecipada ruína dos países nascentes. As antigas colônias espanholas, e o Brasil também, eram mercados ávidos para os tecidos ingleses e as libras esterlinas a tanto por cento. pág. 122 A máquina a vapor, o tear mecânico e o aperfeiçoamento da máquina de tecer amadureceram a Revolução Industrial na Inglaterra. Multiplicavam-se as fábricas e os bancos; pág. 122
A economia britânica pagava com tecidos de algodão os couros do rio da Prata, o guano e o nitrato do Peru, o cobre do Chile, o açúcar de Cuba, o café do Brasil.pag. 122 O tráfico de escravos oferecia um biombo eficaz para o comércio clandestino, embora no final também as alfândegas registrassem, em toda América Latina, uma esmagadora maioria de produtos que não provinham da Espanha.pag 122
AS DIMENSOES DO INFANTICÍDIO INDUSTRIAL
A partir de 1813, quando a Assembleia se declarou autoridade soberana, os comerciantes estrangeiros ficaram isentos da obrigação de vender suas mercadorias através dos comerciantes nativos: “O comércio se fez, em verdade, livre”. pag 123
Tinham substituído, também, a produção dos tecedores argentinos, estrangulados pelo porto livre-cambista, e o mesmo processo se registrou, com variantes, em outras regiões da América Latina.pag 123 O comércio livre enriquecia os portos que viviam da exportação e aumentava em muito o nível de esbanjamento das oligarquias, ansiosas por desfrutar de todo o luxo que o mundo oferecia, porém arruinava as incipientes