Ficha de Leitura: 1º Capítulo de "História das Teorias de Argumentação
PALAVRAS-CHAVE: Retórica; retórica aristotélica; retórica de Sócrates; as primeiras teorias de argumentação;
Neste primeiro capítulo, os autores começam por definir o conceito de Retórica Antiga, o que afirmam ser uma reflexão sobre a criação da argumentação, desde da origem do argumento até à sua aceitação, ou rejeição, por um auditório. Através desta definição, a Retórica Antiga vai ser, assim, o “quadro ideal das teorias da argumentação”. No início da sua origem, a retórica vai ser conhecida como a “arte de convencer, ligada a situações concretas que representam quase exclusivamente a necessidade de persuadir um auditório”, no entanto, a argumentação retórica foi-se afastando progressivamente do seu conceito original. Os autores vão, então, expor as teorias da argumentação no seio da retórica ao longo dos tempos, dividindo-os em quatro períodos:
1. O Período Fundador: as primeiras teorias de argumentação nascem em meados do séc. V, época em que a palavra ganha poder e torna-se o “meio de comando e de dominação de outrem” (Vernant, 1962). Corax, considerado, de certa forma, o inventor da retórica, vai escrever um manual em que propõe técnicas que melhorem a argumentação em tribunal. Para tal, este afirma que cada discurso exige uma ordem, se pretende ser coerente:
Exórdio
Apresentação dos factos
Discussão
Peroração
Captar a atenção do auditório
Dizer de que se fala, expor a sua tese
Fornecer os argumentos a favor da sua tese
Terminar com uma fórmula sintética
Esta primeira retórica de Corax preocupa-se sobretudo com a eficácia, primeiro judicial e depois política; trata-se de saber o que um determinado público considera convincente.
Mais tarde, os sofistas irão ser os primeiros a teorizar o poder da palavra, por interesses estéticos e pelo seu alcance persuasivo. Estes irão acrescentar à