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Kant nasceu e morreu na cidade de Königsberg, uma pequena cidade da Prússia e nunca saiu de lá. Tinha uma rotina rígida e um estilo de vida sistemático e metódico. Não casou nem teve filhos, passando a vida investigando o universo espiritual humano e tendo como motivação a fundamentação última de critérios universais e necessários para o conhecimento e para a ação humana.
Assim como Platão tentara conciliar, em um sistema metafísico, único tanto o devir quanto a permanência (o Uno e a Diversidade) a partir das filosofias pré-socráticas de Heráclito e Parmênides, Kant se constitui também como ponto de convergência da maior parte das reflexões da modernidade; tenta conciliar a perspectiva racionalista e a empirista na fundamentação da possibilidade do conhecimento e do agir humano. Esse impulso de conciliação e de análise crítica nasce, sobretudo, pela admiração ao pensamento de Rousseau (1712-1778) e da impressão causada pelas obras de David Hume (1711-1776).
Até a publicação de sua maior obra, Crítica da Razão Pura, sua preocupação girava em torno das ciências naturais, embora seus trabalhos exibissem indícios de seu pensamento posterior. A partir de 1.781, publicada a Crítica, Kant se torna um pensador original que articula Filosofia da Religião, Moral, Arte, História e Ciência, provocando um efeito semelhante ao de Sócrates, onde a filosofia começa a ser designada pré e pós seu pensamento.
Toda a sua obra, preocupada criticamente com o universo espiritual humano, centra-se de forma sintética em duas grandes questões:
O conhecimento, suas possibilidades, limites e esferas de aplicação;
A ação humana, a moralidade e o dever para alcançar o bem e a felicidade.
Segundo Kant, a tarefa da Filosofia seria responder quatro perguntas: o que posso saber (Conhecimento), o que devo saber (Ética), o que posso esperar (Religião), o que é o Homem (Antropologia).
E para desenvolver esses dois grandes temas