Feudalidade e poder privado: destacar o mais importante
Nas décadas que antecederam o ano mil, esse movimento se acelerou e, pelo efeito de uma série de rupturas ao longo da cadeia dos poderes, isolaram-se então núcleos de autoridade. Autonomia, em primeiro lugar, da maior parte dos palácios locais que outrora eram visitados pelos reis durante suas peregrinações incessantes e que no intervalo eram ocupados pelos condes; estes, na França do ano mil, consideravam já há algum tempo que a parcela do poder público de que seus ancestrais tinham recebido delegação do rei estava doravante integrada a seu patrimônio; sua dinastia tinha raiz em uma necrópole e seu tempo.
Durante suas peregrinações incessantes e que no intervalo eram ocupados pelos condes; estes, na França do ano mil, consideravam já há algum tempo que a parcela do poder público de que seus ancestrais tinham recebido delegação do rei estava doravante integrada a seu patrimônio; sua dinastia tinha raiz em uma necrópole e parentesco organizava-se em linhagem, a exemplo do parentesco real. Reivindicando para seus emblemas e as virtudes da realeza, eles deixaram pouco a pouco de se dirigir regularmente para junto do soberano, e seu afastamento, assim como o dos bispos, fez recuar a lembrança daquilo que subsistia de público na corte real.
O Velho, excelente historiador, descreveu, meio século mais tarde, o que era o principado milanês logo após o ano mil; ele fala de Milão, da cidade, de suas cercanias rurais como de uma família, a de santo Ambrósio, já que o poder de regalia pertencia agora ao arcebispo, sucessor do santo. Uma família bem ordenada, com as diversas funções domésticas distribuídas no interior dessa corte imensa entre dez ofícios, dez "ordens" é a palavra que ele emprega hierarquizadas, cada uma delas dirigida por um "mestre", chefe de uma equipe.
Os mais numerosos e mais bem situados desses serviços eram evidentemente encarregados da administração do sagrado. Contudo, no escalão