FESTA DO BONFIM: RELAÇÃO PATRIMONIO MATERIA L E IMATERIAL
Resumo.
O presente artigo possui como meta discutir a relação que envolve os patrimônios imaterial e material a partir do estudo da festa do Senhor do Bonfim no Estado da Bahia, cidade de Salvador. Consideramos que os patrimônios imaterial e material não podem ser concebidos separadamente, uma vez que um encontra suporte no outro.
Palavras-chave: Festa do Bonfim, Patrimônio cultural material e imaterial.
INTRODUÇÃO.
Este artigo propõe uma discussão em torno das relações entre o patrimônio imaterial e material na análise da festa do Senhor do Bonfim. Para tanto, deveremos estabelecer uma contextualização histórica tanto da festa quanto dos conceitos de patrimônios material e imaterial. Ao caracterizarmos a festa do Senhor do Bonfim procuraremos elementos presentes nesta celebração que corroborem a indissociabilidade das categorias patrimônio material e imaterial. Na medida do possível, este estudo tentara demostrar que os patrimônios material e imaterial estão intrinsecamente ligados entre si, não podendo ser concebidos separadamente.
Etimologicamente, levando-se em conta o seu significado mais antigo, a palavra patrimônio tem sua origem atribuída à palavra grega “pater” (pai ou paterno). Remete então, a bens de família ou herança paterna. Com o passar do tempo, o significado da palavra patrimônio foi sendo construído paulatinamente, sofrendo mudanças ao sabor da história. Então, essa noção de “herança” acabou sendo ampliada ao conjunto de bens materiais1, imateriais ou intangíveis que estão intimamente relacionados com a identidade, a cultura ou o passado de uma coletividade. Assim, surgiu a expressão patrimônio cultural, designando:
(...) o conjunto de bens oficialmente protegidos, tangíveis e intangíveis, que participam da construção do pertencimento, das identidades e da continuidade da experiência social, no âmbito dos processos de formação e transformação