Ferrovias
PROJETO DO DORMENTE
O objetivo deste capítulo é apresentar o projeto de um modelo de dormente, adequado à condições de uma via ferroviária brasileira, para posteriormente, por meio de s ensaios experimentais, verificar e quantificar o benefício das fibras de aço ao dormente. O capítulo apresenta: as principais especificações para o projeto de dormentes monoblocos de concreto protendido segundo as normas AREMA (1997) e CEN (1996), um estudo dos momentos fletores solicitantes em função da geometria e do comprimento de dois diferentes modelos de dormente, o projeto do novo dormente e as modificações feitas neste projeto de modo a melhor aproveitar o benefício das fibras de aço.
Segundo a FIP (1987) e TAYLOR (1996), “é surpreendente que milhões de dormentes de concreto estejam em uso com sucesso nas vias e que não exista um método racional de projeto correntemente aceito. A razão para isto é de fato devido à complexidade do projeto do dormente. Em face disso, no projeto da via, a reação natural dos engenheiros é contar com a experiência e a evolução”.
Conforme BUEKETT (1989), na época que sofisticados modelos de via estão desenvolvidos, é uma surpresa que uma metodologia de cálculo mais teórica para o projeto de dormentes não possa ser recomendada. A razão para a metodologia empírica ainda hoje em uso é devida ao carregamento dinâmico de alta freqüência, difícil de medir
Cap. 6 - Projeto do Dormente
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na via. Tais medidas, quando feitas, podem ser invalidadas por mudanças nas condições de operação. A dificuldade para definir as ações de projeto é ilustrada pela existência de ao menos doze diferentes fórmulas.
Os vários e diferentes critérios adotados para a determinação dos momentos fletores solicitantes no dormente demonstram claramente as incertezas existentes, devidas à grande variabilidade dos parâmetros mais importantes no projeto dos dormentes, entre os quais pode-se citar: influência das curvas sobre a carga