Fernando Távora
Esta mesma organização demonstra que não existem formas isoladas, havendo a preocupação de uma relação entre vários espaços, assim “o homem organiza o espaço que o cerca, criando formas, umas claramente estáticas, outras claramente dinâmicas” (pág.14, linha 4/5).
Não esquecendo, na quarta dimensão, temos também a escultura, na qual o tempo não é indiferente, tendo assim o observador que se movimenta ao observá-la. Podemos então compará-la a uma forma arquitectónica, em que nesta podemos interagir no seu interior, enquanto que na escultura observamos a seu redor. Távora, também faz a diferenciação entre “organizar espaço” e “ocupar espaço”, sendo que “organizar” prossupõe a criação de harmonia, equilíbrio e interacção e integração correcta de todos os factores. Contudo, o homem nem sempre alcança o equilíbrio pois nem sempre está ciente das suas intenções. Desta organização, por vezes, o homem põe de parte a ideia de que o espaço é algo contínuo, surgindo assim uma barreira entre a responsabilidade urbanística ou paisagística e a harmonia de um espaço que envolve a sua obra.
Posto isto, no livro surge-nos dois conceitos de participação vertical e horizontal na organização no espaço. O autor refere-se à participação vertical como sendo algo que se processa ao longo de um período de tempo, ultrapassando a dimensão da geração, por homens de épocas diferentes, fazendo com que arquitectura não tenha o caracter eterno, enquanto que a participação horizontal refere-se à participação por homens da mesma época.
Olhando à nossa volta, podemos encontrar formas que o homem tem vindo a criar ao longo do tempo, tento o autor em conta desde Nova Iorque a Teotihuacan e às pirâmides de Gizeh, Versalhes e Acrópole de Atenas. Com estes exemplos realçam-se aspectos como