Fernando Pessoa
Falar de Fernando Pessoa não é apenas falar do maior poeta de língua portuguesa do século XX, mas é, também, falar de uma personalidade extremamente controvertida (como a de todo o gênio) e de uma obra vasta, afinal, Pessoa é vários poetas num só.
Filho de Joaquim de Seabra Pessoa, funcionário público e crítico musical, e de Maria Madalena Pinheiro Nogueira, Fernando Antônio Nogueira Pessoa nasce em 13 de junho de 1888 na cidade de Lisboa, e sua primeira infância é marcada por acontecimentos que deixam cicatrizes para toda a vida. Com apenas cinco anos de idade, em 1893, Pessoa perde o pai, que morre de tuberculose, e ganha um irmão, Jorge. A morte de Joaquim traz tantas dificuldades financeiras à família que Madalena e seus filhos são obrigados a baixar o nível de vida, passando a viver na casa de Dionísia, a avó louca do poeta.
São as duas primeiras perdas do menino: o pai, a quem era muito apegado, e a casa. No ano seguinte, 1894, morre também Jorge. E, como para que compensar tudo isso, é nesse ano que Fernando Pessoa “encontra” um amigo invisível: o Chevalier de Pas, ou o Cavaleiro do Nada, “por quem escrevia cartas dele a mim mesmo”, diz o poeta, na carta de 1935 ao crítico Casais Monteiro.
Em 1895, dois anos após a morte de Joaquim, Madalena se casa com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal na cidade de Durban, uma colônia inglesa na África do Sul, e é para lá que a família se muda no ano seguinte.
Pouco se sabe a respeito da família nesse período africano, a não ser o nascimento dos irmãos Henriqueta Madalena, Madalena (que morre aos três anos) e João, e algumas notícias sobre a escolaridade de Fernando. Em 1896, ele inicia o curso primário na escola de freiras irlandesas da West Street. Três anos depois, ingressa na Durban High School.Considerado um aluno excepcional, em 1900 é admitido no terceiro ano do liceu e, antes final do ano letivo, é promovido ao quarto ano. Faz em três o que deveria fazer em cinco anos.