FERNADO PESSOA
FACULDADE DE LETRAS
ANÁLISE DO POEMA “AUTOPSICOGRAFIA”
DE FERNANDO PESSOA
Sob enfoque da teoria de Roman Jakóbson
Disciplina: - Teorias Contemporâneas da Literatura
CODICRED 12.269-04
Professora: SISSA JACOBY
Aluno: KLEBER DE OLIVEIRA BOELTER
1º semestre de 2007
1-Objetivo
O presente trabalho tem por objetivo analisar um poema tomando por base os conceitos de Teoria da Literatura propostos por Roman Jakóbson, em especial os aspectos de paralelismo dos vários estratos do texto poético.
Conforme definição da orientadora, primeiramente faremos uma análise sobre as possibilidades semânticas suscitadas pelo texto e, a seguir, destacaremos os aspectos de paralelismo mais importantes.
2-Poema escolhido
Autopsicografia
Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
3-Análise semântica
3.1-Investigação dos elementos semânticos principais e suas possibilidades temáticas
-2-
Figuras / elementos
Autopsicografia
Temas
O eu poético como modelo, como objeto de estudo de uma teoria (no caso, uma teoria mesmo da poesia)
Dor
Dor sentida
A dor real (a dor perfeita de Platão)
Dor fingida
A imitação, a representação poética, a mimese de Aristóteles
Dor lida
A interpretação do leitor da dor do poeta
Dor não sentida (a do leitor) A tradução da dor do poeta na (não) dor do leitor
Fingimento
A representação artística, a linguagem poética (ou linguagem literária), a codificação
Calhas de roda
A vida real, útil, necessária, pré-determinada, inescapável
Girar
Seguir um caminho (tortuoso, repetitivo), viver, estar preso a um círculo (destino, rotina, vida)
Entreter
Atenuar a dor,