FERN O CAMPELO
Presenciamos, então, desde o início do filme, um ser em busca da sua totalidade, enfrentado as questões centrais da sua existência, corroborando a afirmativa de que a abordagem humanista existencial dá ênfase às questões filosóficas, pois está centrada na condição humana, valorizando a compreensão das pessoas. Assim, a princípio, Fernão despertou a sua autoconsciência, permitindo-se pensar sob a sua condição e decidir o que era melhor para si. E, no exercício da sua liberdade, ele escolhe e age, libertando-se dos seus condicionamentos.
Fernão questiona o fato de dever aceitar a vida que lhe é imposta pelo bando, afirmando não haver mal em tentar mudar. Contudo, defronta-se com o próprio medo. Diante de uma dificuldade, ferido e cansado, repensa a sua vida, e neste encontro com a solidão íntima, ele luta pela atualização de si próprio, insistindo em voar e voltar pra casa, insistindo na superação dos seus limites. Em sua busca por uma existência autêntica, Fernão continua a reavaliar as limitações que lhe foram impostas, como voar no escuro, a velocidade ínfima, a grandes distâncias...
Dessa forma, ao retornar ao bando, após o período de desertificação, ele o estarrece ao atingir a velocidade de 300 km/h, sendo levado a julgamento, por sua imprudência, pela recusa a permanecer com o bando no qual nasceu, por dar às costas a sua tradição, consequentemente, rompendo a união entre si e seu bando, sendo banido. Neste momento, ele se